segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

06/12 - Nos 34 anos da morte do último Presidente Trabalhista João Goulart a BRISA reitera a necessidade da retomada do Fio da História cortado em 64.



Em 06 de dezembro de 1976 morreu durante seu exílio na Argentina o ex-Presidente da República João Belchior Marques Goulart (1961-1964).

Jango, como era conhecido, fora o Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas que propôs reajuste de 100% no salário mínimo e somente pôde assumir como Presidente após a resistência popular armada, conhecida como Campanha da Legalidade, liderada pelo governador gaúcho Leonel Brizola.

O governo nacionalista e de esquerda de Jango radicalizou o projeto de país do Trabalhismo brasileiro iniciado com Getúlio. Garantiu os direitos dos trabalhadores rurais, aprovou o 13o. salário, instalou a Eletrobrás e determinou a regulamentação das telecomunicações que estavam sob monopólio estrangeiro. Aprovou também a Lei de Limitação das Remessas de Lucros para o exterior e defendeu as reformas de base (agrária, educacional, fiscal, administrativa, bancária e urbana) sem as quais o Brasil não poderia romper a barreira do atraso e da miséria.

Com apoio democrático do povo cada vez maior, também atraíu repulsa profunda das elites. Assim, para impedir aquelas reformas é que se pôs em marcha o golpe militar de 1964, urdido na embaixada norte-americana e que rompeu abruptamente o FIO DA HISTÓRIA das lutas populares no Brasil. Nosso país atual é fruto e produto da ditadura militar, que acabou com as medidas tomadas por Jango e armou-se para manter a estrutura desigual baseada no poder econômico das classes dominantes nacionais e internacionais.

No exílio Jango foi vigiado, perseguido e provavelmente assassinado por meio de envenenamento através da política de repressão aos exilados denominada OPERAÇÃO CONDOR, conduzida pelas ditaduras militares do continente que estavam subservientes aos interesses norte-americanos. Em 06/12/1976 Jango foi o único Presidente a morrer fora de sua Pátria, porém aquelas bandeiras de lutas permanecem na urgente pauta de transformação social no Brasil. É preciso que o povo se organize e lute pela retomada do Fio da História cortado em 1964:

- Defesa de uma lei de controle e limitação da remessa de lucros para o exterior que impeça as multinacionais de lucrarem sobre o trabalhador brasileiro;
- Defesa de reforma agrária, com a socialização do uso da terra em pequenas propriedades e políticas públicas de incentivo a agricultura familiar em detrimento aos latifundiários, ao agronegócio e a monocultura;
- Defesa da revisão da Lei de Anistia, de modo que não sirva para beneficiar os torturadores que cometeram crimes durante a ditadura militar: http://www.ajd.org.br/anistia_port.php

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